Você pode ler ao som
de Human - RangBone Man
Começou com uma
curiosidade mórbida – eu precisava saber quem você é, o que fazia de você alguém
tão importante para ele e, por Deus, eu tinha que entender o que eu havia
deixado de ser. Naquele primeiro momento, eu só te odiava. Apontava os seus
defeitos com o rigor de um examinador da OAB. O tempo foi passando, a dor
encontrou um lugar para se esconder em mim, e a minha curiosidade se tornando
rara. Dia desses, mordida e ferida pela dor que resolveu novamente sangrar,
vasculhei suas redes sociais. Desta vez, sem ódio. Sem buscar em você a mulher
que eu nunca serei. Encontrei entre suas crenças, seus valores e até mesmo seus
vícios, uma versão de quem eu sou. Afinidades. Cheguei a acreditar que, sob uma
outra circunstância, talvez tivéssemos sido amigas. Eu já não consigo mais
odiá-la. Não consigo olhar sua foto sorridente e xingá-la como eu fazia antes.
Se você teve alguma culpa no passado, eu a perdoo. Nunca foi sua
responsabilidade não me ferir. Nunca esteve em seu discurso, o compromisso de
honrar uma promessa. A partir de hoje, me comprometo a jamais buscar o seu nome
nas redes sociais. Não vou mais tentar encontrar em você, a justificativa para
a minha mágoa e o meu sofrimento. Não lhe coloco no lugar de algoz, mas me
liberto do grilhão que me prendia a você com comparações cruéis. A partir de
hoje, eu me libero da busca vazia em entender a mulher que você é, para
enxergar a mulher que eu sou. O extraordinário desta mudança está em entender
que a busca por respostas nunca cessará, mas não serão encontradas em outra
pessoa, apenas em mim.
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